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A Lenda dos Marinhos

Os Marinhos são uma das mais antigas famílias da Península Ibérica, existente muito antes da fundação do Reino de Portucale. Ao seu nome anda ligada uma velha lenda que tenta explicar-lhe a génese.

Um fidalgo da terra de Valadares, junto à Galiza, de nome D. Froilão, ou D. Froiaz, que era caçador e monteiro-mor, andava um dia a cavalo, perto do mar, correndo atrás de um veado, quando avistou, da encosta de um monte, uma belíssima mulher adormecida sobre a areia. Aproximando-se sem que ela desse por isso, viu, espantado, que a mulher era nada menos que uma sereia.

Sentindo-se observada no seu sono pausado e sem sonhos, a mulher acordou sobressaltada e procurou escapar-se para o mar. Porém, dois dos escudeiros de D. Froiaz barraram-lhe o caminho e agarraram-na. Defendeu-se o melhor que pôde, usando as mãos, dando golpes com a cauda, mas de nada lhe valeu, porque num ápice os braços dos homens fecharam-se sobre ela e achou-se presa em cima do cavalo e coberta por um gibão.

D. Froiaz levou-a para o castelo. Ia encantado com aquele ser que o mar trouxera. Pediu ao capelão que a baptizasse e escolheu-lhe o nome de Marinha, a dona vinda do mar. Tão formosa era D. Marinha que o cavaleiro passou a viver com ela como se sua mulher fosse e dela lhe nasceu o primogénito.

Como os peixes, Marinha era muda. Apesar dos infinitos esforços de D. Froiaz, que se não poupou a trabalhos, não conseguiram que D. Marinha articulasse um som sequer. No entanto, os olhos da sereia eram um mar de palavras desnecessárias, revoltos de amor, encapelados de ternura. D. Marinha não precisava falar, mas a D. Froiaz faltava-lhe ouvi-la humana.

Na véspera de S. João, pela tarde, alvoroçou-se o castelo com os preparativos para os festejos nocturnos. Tinham juntado lenha em grandes pilhas e começavam a acender as tradicionais fogueiras que deveriam consumir a noite e o ano inteiro porque no dia seguinte começaria a chegar outra noite e o Inverno. Bois e carneiros estavam já esfolados e enfiados em grandes espetos assando lentamente com o rodar das horas.

D. Marinha andava passeando pelo terreiro com o filho nos braços, observando aqueles preparativos totalmente novos, completamente desconhecidos para si. De súbito, D. Froiaz arrancou-lhe o menino dos braços e fez menção de o atirar ao fogo. Enlouquecida, a sereia soltou um guincho estridente de gaivota ferida e bradou:

Filho!!

Com o guincho saltou-lhe da boca um bocado de carne que a impedia de falar, mas não de olhar. A partir daí, D. Marinha passou a dizer tudo naturalmente e acabou esquecendo a linguagem silenciosa e vital do mar.

D. Froiaz casou com ela e em memória deste dia, a que chamou feliz, baptizou a criança com o nome de João Froiaz Marinho.

Foi este o primeiro dos Marinhos, o filho de D. Froiaz e de D. Marinha. A sua casa era muito perto da Galiza, na terra de Valadares e chamavam-lhe Torre dos Marinhos.